domingo, 30 de junho de 2013

Idealizações demais, ideologias demais, sonhos demais, expectativas demais, vida de menos.

quarta-feira, 5 de junho de 2013


Seu olhar cortava
cortava feito faca
faca de uma face
da face uma lâmina
lânguida
perfurante
constante
partida


terça-feira, 4 de junho de 2013

O esconder das cortinas


Aquela janela escondia
escondia pequenos pés
pés que se encolhiam
nos sopés da alma
e na alma buscavam
uma cor qualquer

Aquela janela vivia
e bruxuleava como pequenas velas
como pequenas velas se encolhia
quando as cortinas se encontravam
se encontravam no movimento mais sutil
de uma pequena e momentânea
momentânea e pequena
morte



Possibilidade

Entre as entrelinhas
eu me faço
só porque desconstruo
e obrigo
uma leitura
aprofundada

Achar é parecer
parecer não é ser
passar a página não é ler
assim como passar ao meu lado
não é me desvendar

Apelo pras entrelinhas
e deixo estar
mais uma interpretação
pro poema
chamado possibilidade

Se os livros falassem

Na superfície dos seus olhos
azuis
nadei
enquanto sua perna
encostava na minha 
por debaixo da mesa

Enquanto seus dedos
deslizavam em meus cabelos
e meus sorrisos se perdiam
entre os livros que não falavam
porque se pudessem, ah
se pudessem
eles contariam 
o que não aconteceu
e se pudessem
inventariam 

Eles inventariam
só por compaixão
por terem sido também
inventados

domingo, 2 de junho de 2013

Linhas vitais

 A vida e suas linhas transparentes. Linhas finas. Linhas frágeis. Linhas sisudas. Essas linhas, quando querem, sabem partir um coração. Não escolhem hora, nem lugar, nem preparam o fôlego para o afogamento. Elas gostam da surpresa, de testar os limites, e, algumas vezes, nos fazer acordar para a realidade.
 Hoje, uma linha se partiu, e com ela vários sorrisos deixaram um lugar para a saudade. Algumas linhas deveriam ser proibidas de se partirem. Principalmente aquelas que amamos. E juro que temo, com toda convicção do mundo, que alguma linha se parta ao meu redor. Nunca é tempo.