sábado, 19 de novembro de 2011

Não vou mudar

As coisas não andam bem quando fico olhando de minuto em minuto para ver se tem alguma ligação perdida no celular, embora eu jamais perderia alguma ligação, já que coloquei-o para tocar no volume máximo. Eu sei, estou sendo super protetora, mas é inevitável, queremos cuidar de quem mais amamos, e isso inclui um aviso recíproco de que o destino que fora planejado já foi alcançado. Juro, eu queria ser menos assim...Eu tento, me reviro na cama, leio, vejo filmes, estudo, saio com as amigas mais próximas, mas nada. É quase como ligar e ter certeza de que o telefone esteve o tempo todo à disposição, podendo ser usado a qualquer momento, sem defeito, sem problemas com sinal, com a certeza de que o meu não tocou não por falta do poder, mas por falta do querer. Sou do tipo que gosta de uma ligação de boa noite, cartas para preencher a gaveta, cheiro do seu perfume no travesseiro que abraço ao dormir. Sou desse tipo, o que não fica sossegada enquanto não escuta a voz que me tranquiliza, e o tempo pode passar longamente e não vou mudar mesmo, eu não quero, eu sei que alguém gosta de mim assim, do jeitinho que sou. Não vou mudar por ninguém, nem por mim. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Uma comemoração diária

  


Essa sutileza radiante que emana de seu sorriso me faz lembrar de quando eu fazia chá todas as noites para ajudar a dormir com calma, bem de mansinho. Eu me lembro das suas mãos estendidas enquanto as minhas, distraídas, tateavam no escuro até sentir seu toque. Sinto falta do amanhã, porque depois não terei um segundo dos seus beijos na testa, eu quero é isso - amor de verdade, amor que cuida. Eu quero esse amor, e que se mudar, que seja pra melhor, que seja pela quantidade de dias, de meses, de anos que ele ultrapassa. Mas é isso mesmo: amor vem aos poucos e preenche cada centímetro de sentimentos feios, até que eles desapareçam, até que o efeito reconfortante de um suspiro bem demorado dure por horas até o próximo; eu quero muitos suspiros de felicidade, de saudade, de carinho. Quero a paz dos seus olhos, aqueles que repousam sobre o meu sorriso antes de ir embora para casa, para no dia seguinte voltar. E que volte mais vezes, até que eu perca a conta outra vez, e de novo, e para sempre, se ele existir. 
  Que esse amor regado a cuidados saudáveis permaneça, e que o cheiro de frescor se renove sempre. Um brinde a nós, às nossas levezas e carinhos com os narizes. 

Dos novos ares

  
  Deveria ser um hábito pelo menos uma vez na semana um almoço com os amigos, com os os amores, com a família. Sair da rotina faz tão bem que até renova os ares - você sente algo diferente por dentro, uma espécie de descoberta, um sorriso mais denso, um abraço mais leve. A preocupação boa de se arrumar, de escolher uma boa comida e sentir realmente o gosto dela, sem pressa, sem medo de ser feliz. Eu prezo sim uma pausa, nem que seja meia, uma hora, ou um café. O importante mesmo é tirar o peso das costas e ganhar fôlego para enfrentar novos caminhos. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tudo de propósito, tudo com carinho




A luz da cozinha está acesa e sequer me levanto para desligar, acho que sonhei demais por hoje. Como de praxe, fiz meus planos, pus tudo no papel, tirei fotos da minha mente, cozinhei doçuras aqui dentro do peito. É que estou fervendo, mas um fervor de idéias, todas plausíveis, todas possíveis. E o que não é plausível?, me pergunto. Não sei o limite, não quero ter um limite, é certo. Parece que quanto mais passa o tempo, as coisas se moldam, e perdem a forma de repente, e já não sei mais o que vejo - é real? Quero tanto que as coisas tomem forma, e quando uma sai conforme o desejado, todas funcionam, dizem por aí. Sei não se tudo isso é fato, mas eu quero tentar tanto, mas tanto. Quero assar todo esse turbilhão de informações e sonhos no forno mais denso do mundo, quero rapidez e lentidão de amor. Quero que tudo saia tão perfeito quanto quando nos deparamos com um vaso de flores recém colhidas, mas propositalmente desarrumadas para criar o efeito de lar. Esse é meu, seu, nosso lar propositalmente enfeitado com levezas e sorrisos recém nascidos.