domingo, 18 de outubro de 2015

Nancy

A saudade é uma empresa falida
escapulários escapolem do acreditar
caem dentro das blusas brancas engomadas
amassadas as indagações se embolam no entardecer
meu interior é tão bagunçado que me pergunto:
emudeci ou
somente esqueci
esquecimento de propósito
consciência deveras dolorosa
em iscas temporárias de objeções
minha poesia é eterna constelação de dúvidas
ela trava na ponta dos dedos
só sai quando deseja
poesia é trabalho
eu não me dou o direito de reescrevê-la
o trabalho é a complexa existência
o difícil acesso
a resistência

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Cada lágrima requentada que cai é resultado de ensaios mal sucedidos. No peito, um afago quando elas se dissipam e me abraçam solitariamente. A dor de não ter feito e imaginar-se no futuro sem ter feito podendo ter tentado aperta e sufoca os sentidos. Caio anestesiada de tanto querer.