As lágrimas que caíam eram verdadeiras. Elas queimavam meus
olhos e transformavam as labaredas em lembranças dos seus sorrisos declarados
no meio da rua, dos seus carinhos na nuca, dos seus beijos feito cata-ventos ao
relento. Era fácil lidar com sua alegria repentina, com seu corpo quente em um
abraço forte e único, das suas palavras feito serpentina que me envolvia nas
cores da vida. Não lembro quando parei de sentir o que eu sentia, e quando a
dúvida permeou meus caminhos, mas dói. Dói fazer essa dor transparecer e
perpassar minhas veias feito café fervente. Dói olhar nos seus olhos e deixar o
carro partir, deixando apenas a saudade e um gesto de adeus. Eu fui, você foi,
e tudo vai ficar assim, estranho, superficial, sozinho. O resto que vem por aí
só saberá quem sobreviver nesse mundo de loucos, indecisos e apaixonados.
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