domingo, 14 de abril de 2013

Nas asas de uma onda

Entre o sim e o talvez
Entre o não e o porém
Entre brechas e despedidas
palavras são expelidas
feito lavas de um cerne em erupção
no meio desse caminho
tinha um pássaro
e não uma pedra

Ele alçou vôo
e antes me agarrou pelos braços
puxou com um tremenda força
a pele cedeu
ele foi e eu fiquei
com a cicatriz de uma tentativa
lhe disse que voar já não sei, nunca soube
nunca fui nuvem
agora sou onda
e meus vôos marítimos são o prenúncio
da recuperação

Não olho mais para trás
as inquietações se dissolvem
feito estalos em mim
eu provei que sou água que condensa
ainda posso ser nuvem
ainda posso ser perda
ainda posso ser sua.

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