terça-feira, 23 de julho de 2013

Com a mochila na mão e meu corpo estirado no chão


 Ela virou as costas. Virou, isso mesmo, com uma leveza que é só dela. Simplesmente virou e saiu andando. Eu ainda segurava sua mochila entre os dedos, e foi só ela partir que tudo escorregou. Meu mundo escorregou, a mochila, meu corpo, meu chão. E eu só senti um vão se abrindo desmedidamente debaixo de mim. Eu entrava então em um universo paralelo, em uma dimensão que me transtornava por dentro, me dava cãibras internas e pequenos ferimentos no peito. Eu sorri. Era um sorriso dolorido, sabe? Daqueles que de tanta dor a gente ri. Gargalhei no meio da praia deserta. Eu, sua mochila e meus fantasmas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário