segunda-feira, 1 de junho de 2015

Ruínas

As estruturas
tão desproporcionalmente singulares
dispersas, fugazes
ocasionam suspiros perpétuos
ecoam retumbantes em meu peito
silenciosos medos de outros dias

As letras embaralhadas
caminhos curvos
passos soltos e sem rumo
a mente fluida, empática
flutua no éter da ignorância dos sentidos

Prefiro a verdade crua
aquela que desce arranhando cada poro 
que rasga cada memória
que endurece o cerne
a resgatar lembranças inexistentes
verdades criadas

Enquanto meu caráter for real
a ficção vai ser caminho
entre páginas e linhas
eu me construo
me condenso
para então sair às ruas
sem coletes à prova de dor
sem anestesia
sem remédios

Ser é uma questão de permitir
a queda
inevitavelmente sua
imensuravelmente universal


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