Vivo em espirais de café quente
em livros que cabem em estantes
comportados em minhas mãos pequenas
entregues em páginas abertas
vivo das histórias que nunca li
nunca ouvi
vivo de imagens criadas na noite
noite quente e febril
No final das contas
acho que sou apenas
alimentada de sensações
recordações inventadas
dependência da ficção
respiro fundo e em calmaria
quando em uma tarde posso
cruzar com um livro na sala
lê-lo
devorá-lo
como se fosse pequeno biscoito
amanteigado
confeitado de estrelas
Agora parei num bar
não um bar qualquer
um bar inventado
aqui na minha memória
daquilo que nunca foi
beberico uma cerveja preta
dou três ou dois sorrisos amarelos
converso com a vendedora de vasos de flores
não compro nada
apenas conto
alguma outra história inventada
Muito bom! Continuo à ler aqui e na espera de um futuro breve de teu livro o/
ResponderExcluirObrigada pelo carinho. Estou voltando aos poucos ao meu universo, a mim mesma, à leitura, à escrita. Eu fico, eu volto, me afasto, retorno. Sempre retorno. Quem sabe não me animo para um futuro livro? Estarei trabalhando numa produção independente assim que puder.
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