sexta-feira, 12 de março de 2010

I am.



Eu sou o silêncio. Sou a pessoa que espera o amanhecer na janela quando todos já foram dormir; sou a batida incessante de um coração inquieto; sou a respiração entrecortada das flores que acordam durante a noite. Sou também o medo da escuridão, o temor da solidão, o pavor de não ter ninguém para abraçar. 
Mas também tenho outro lado, pois sinto que sou o singular; onde não adianta nem bater, pois ninguém irá abrir a porta. 
 Sou a estrela solitária em meio a uma noite de verão. Sou o semblante apagado, de um pequeno baú fechado, que só se abre quando ninguém está olhando. Sou a caixa de música lacrada, que só se sente preparada quando o silêncio reina no recinto. Sou a música tímida ambiente, aquela que ninguém presta atenção.
 Engraçado, sinto que tenho mais um lado, o lado que despreza e ama a solidão. O lado equilibrado, que sabe agradecer os momentos que me deixam de lado, mas sabe apreciar momentos de atenção. 
Sou um pequeno Sol brilhante, que mesmo hesitante, quer ser visto a todo custo. Sou o músico que sonha em ser reconhecido, aquele que quer ser aplaudido, quem sabe um dia por uma multidão.

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