quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Era?

 Sua carta já não era a mesma. A mancha de café lambeu toda a superfície dela, e as letras em forma de saudade se desfizeram em um rio de lágrimas. Botei para secar, não secou. Tentei copiar do meu próprio punho, mas não consegui. A única coisa que me lembro é a sensação de frio que senti naquela sala de cinema escura, lendo com uma luz tão intrínseca que ninguém jamais descobriria que vinha de mim. Eu era choro, era riso, era isso e aquilo. Eu era tudo, e agora já não sou mais nada. Alguém ouviu chamar o meu nome?

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