segunda-feira, 31 de março de 2014

  O controle escapa das mãos em pequenos grãos de areia. O gosto do imprevisto assusta e escorre ácido pelo estômago embrulhado pela preocupação. Eu me deixei ir, enquanto filetes de lágrimas que um dia pensariam em deslizar pelo meu rosto não são vistos. Não chorei mais. Sua foto estava lá, numa pasta qualquer, em um arquivo sem nome. Tateei a tela e contornei seu rosto com a ponta do dedo indicador. Sorri. Um sorriso leve, sem pretensão de durar muito. Naquele momento meu corpo era tomado por uma espécie de corrente elétrica, de dormência momentânea. As suas palavras ecoaram na minha mente por alguns minutos ininterruptos e eu deitei minha cabeça no travesseiro fino. Engraçado como criamos situações e botamos a culpa na vida. 

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