terça-feira, 3 de junho de 2014

 Me despedi dos sentidos e sentindo o insensível me sensibilizei com a simultaneidade das sensações irradiantes debaixo dos meus pés gelados. Perscrutei cada canto e libertei as máscaras da minha loucura que ocorre dia sim,dia não contra minha vontade.Ah, se eu pudesse somente ser e não pensar em ser. Ilusão! Pensar em ser é já nada mais que um porém sinestésico e impecavelmente apático - aparências. Nessa existência mesclada em brisas ululantes e robustas me desfaço em pétalas, me despedaço em farelo de vida, me seguro com sofreguidão e urgência - tamanha prepotência! A auto defesa é o ego ácido corroendo argumentos, embalando âmagos embutidos em falácias fora do prazo de validade, é o poeta cuspindo antíteses que afogam minha paciência em óleo requentado - opiniões, opiniões! Quem não as tem e não as teria? Quisera eu me calar e calar os ouvidos, perfurá-los com o caule de uma rosa e deixá-lo ali, morto, só para morrer outra vez. Putrefatos desejos,pulsões e mesquinhez. O fim é só o fim e a ilusão de começo me enoja ao reconhecer no olhar do estranho outro a esperança de recuperação idealizada. Eu rio, desfiro cambalhotas e não socos como quis de fato. Contive-me. 

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