segunda-feira, 9 de junho de 2014

Ponteiros envenenados

As pinceladas do relógio gritam meu nome
inconformado, o tempo me puxa pelos cabelos
cada fio repuxado arde, pulsa, martela
eu me arrasto
danço
tremo
não sou levada

Finco os pés
nessa areia densa, suja, molhada
areia pesada
pesada como o fardo 
de carregar o tempo no bolso
por ele se dragada 
todos os dias

Se soubessem
Ah, se soubessem!
como meus olhos ardem
como hesitar é fácil
como gritar é LIBERTADOR
gritariam mais com ele
ele, o tempo

não seriam mais puxados
controlados
magoados
pelos ponteiros
pontilhados
infinitos
solitários
tristes
inventados



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