quarta-feira, 18 de junho de 2014

É só o cair da noite me envolver numa névoa tardia que enlouqueço - ou penso. A cabeça lateja, os ossos doem, as mãos esfriam e o colo esquenta rapidamente. Ali a respiração é engessada e por mais que tente acalmar a inquietude agoniante, tudo é em vão. Sem direção eu sigo no escuro. Meu escuro me guia e me mata dia após dia. Se posso ser sol, posso ser nuvem preta e carregada e não há mal nenhum nisso. Já há mal em não haver mal nenhum e na relatividade de cada passo não dado. Não significará nada ter rido num segundo a mais e tremido num a menos? O presente me interessa e me revolve, mas não é o suficiente. Suficiente...em estado de constante insatisfação eu me movo para lugar nenhum. E vivo no não-lugar da existência bombardeada de analgesia alheia, não para mim. A dor real é fictícia, eu sinto. Me perfuro na tentativa de não extinguir a sensação de estar e de um dia ser...de um dia não ser mais. 

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