segunda-feira, 5 de abril de 2010

Are We Human? Or Are We Dancer?


Na ponta dos pés, um giro se forma. Não um giro qualquer. Um daqueles que não se sabe quando e como parar. Um giro uniforme e bem ensaiado – mesmo sem sequer um ensaio. Daqueles que quando você para, sente uma tontura teimosa, que lembra sua infância. 
Flocos de neve caindo delicadamente. Bocas abertas, línguas para fora, lábios oscilando entre o prazer e o frio. Abraços em seus próprios braços, que logo em seguida se esquecem de tudo e movem-se para cima e para baixo, modificando a paisagem natural. Queriam anjos, mas borrões na neve foi o máximo que conseguiram. Risadas desastradas, jogando o resto da neve que havia sobrado no chão quente de suas casas. Era de se esperar que ouvissem o crepitar da neve no piso de madeira... Que sentissem contra suas bochechas inchadas o calor de um beijo materno... Mas não o fizeram. Seus corpos eram frios, como a neve lá fora.
Mais uma dança, que desta vez não incluía giros, ou qualquer coisa parecida. Era uma dança metódica, sem música, com passos contados matematicamente. Sem a improvisação de antes, sem o calor que não foram capazes de sentir, sem seus corpos. Apenas suas mentes gélidas em uma apresentação virtual de suas frustrações. 

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