Me traduz em madrigais, te traduzo em serestas de fim de tarde.
Te respiro, vivo por prolixidade de começo de dia
Quero vagalhões bem longe daqui, meu bem
pra poder deitar ao teu lado e conversar até a madrugada cair
quero subir nas nuvens e dedilhar raios feito harpas celestes
sinto-me viva, respiro esse ar puro campestre
meu rosto enrubesce ao ver teu surgir atrás da porta
se não tenho tudo aqui, o que importa?
vou despedir dos medos, dos adesismos, das prepotências
vou despedir dos medos, dos adesismos, das prepotências
vem ao meu encontro hoje com essa tua suavidade
seu jeito brando, olhos espumosos, suas vestes feitas de fumaça quente
teu calor calmo, teus braços que sustentam minha vida
tua reunião interna que protege meu ser
se viver não é isso, prefiro não ter
o sabor de guardar as lembranças para mim.
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