terça-feira, 13 de agosto de 2013

Idas


 As lembranças sorrateiramente chegam, como se não fossem pra ficar. Elas aparecem assim, num sopro de vento vindo de frente, movendo meus cabelos ao som da minha música preferida. Os acordes de um violão preto ecoam na minha mente, desprendendo laços que estavam escondidos no meio de tantos nós não desatados. Sussurros de uma cantoria surgem de longe, e se fixam em minha pele branca e tão colorida de saudade, tão manchada de você, tão macia de nostalgia. Eu me pego suspirando, rouca de pensar,  deixo escapar um sorriso pequeno e delicado ao ouvir meu pássaro cantando. Ele pode voar o mais longe que for, pode aprender as artes dos vôos, as artimanhas da vida, mas nunca vai deixar de ser meu. Nunca vai ficar preso em uma gaiola. Sua liberdade é o que me encanta. Sua saudade me dói. 

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